Foi na faculdade que Paula Teixeira se
apaixonou pela língua gestual portuguesa (LGP), enquanto estudava para ser
educadora de infância de meninos especiais. A profissão de intérprete ainda não
era reconhecida nem havia sequer um curso superior, mas ela seguiu o coração e
foi na Associação Portuguesa de Surdos que aprendeu os primeiros gestos. Desde
então, conta com 13 anos de intérprete de LGP. Curiosamente, em televisão o seu
primeiro "quadradinho" foi no programa infantil
"Batatoon". As crianças sempre foram um público de eleição e é
no meio delas que se sente como peixe na água. Por isso, anos mais tarde,
voltou aos bancos da universidade e, atualmente, está a finalizar a
licenciatura do curso de docente de LGP, para um dia poder ensinar esta língua
de "mãos de encantar".
Paula Teixeira é ainda cantora, autora e
compositora. Tem três álbuns de originais gravados e canta desde os 12 anos,
altura em que pisou o palco do Teatro Maria Matos, numa festa da Associação
Portuguesa de Pais e Amigos dos Deficientes Profundos. Paula decidiu reunir em
si dois mundos aparentemente opostos, pois todo o seu caminho enquanto artista
tem sido marcado por uma viagem cheia de cores, onde o som e o silêncio andam
de mãos dadas e onde comunicação rima com inclusão. Ela também
"canta" em LGP, traduzindo as suas letras para que, nos concertos ao
vivo, a música chegue a todos.
Paula faz dobragens para desenhos animados,
deu voz a algumas canções em discos infantis e criou o projeto “Som e Silêncio”
- um espetáculo lúdico-pedagógico itinerante que há sete anos ensina aos miúdos
ouvintes o bê-à-bá da lingua gestual, sensibilizando-os para a aceitação da
diferença.
A viver o milagre da maternidade pela
primeira vez, Paula Teixeira aventurou-se na escrita infantil. Contadora de
histórias nata e com uma expressividade que salta à vista de todos.
A autora quer com este livro/dvd, totalmente
inclusivo, deixar a sua marca no mundo. É este, aliás, o significado do nome
escolhido para a sua filha: Noa. Uma marca que desperte desde cedo os
mais pequenos para os valores com os quais quer educar a sua filha e que
transforme muros em pontes, para que a mensagem chegue a
todos, independentemente das suas limitações. É que a imaginação de uma
criança não tem limites...
que dizer de um talento assim?
ResponderEliminarbj carlos peres feio -
nota:
(homenagem a 7 de Setembro de 2013 a António Feio, Chá da Barra Villa - Palácio do Egipto . Oeiras - ) 21h30